No ano de 2018 lancei meu primeiro livro “A Vida é um Poema“, possível graças a uma amiga também escritora (Antonia Nery – RS) que arcou com todas as despesas editoriais. Como forma de me presentear pela nossa amizade, realizou este antigo sonho que era o de tornar físico um trabalho poético. Foram 25 cópias que recebi com muita felicidade e gratidão. A poetisa gaúcha foi uma das muitas pessoas que fizeram somar na minha caminhada. Nesta época, eu trabalhava como ajudante de entregas de material de construção na cidade de Mariana e fazia cursinho preparatório para o verstibular ofertado à noite pela prefeitura da cidade, parti nessa jornada a fim de conseguir uma vaga na universidade. Permaneci dois anos e meio na Primaz de Minas enriquecendo e aprimorando minha carreira, ampliando a rede de contatos e de referências literárias. Em meados de 2021, em meio às dificuldades da pandemia, tive de retornar à roça, onde desempenhei diversas atividades rurais, por meio das quais fui juntando economias com intuito de levantar o valor necessário para a tiragem de uma nova obra que há anos vinha planejando; no entanto, quase desisti de ir adiante em função da burocracia que envolvia o processo e dos preços elevados das editoras. Foi aí que entrei no ramo da diagramação! Ocorreu-me deixar de lado as editoras, e produzir a obra de forma independente. Após breve pesquisa no Youtube, descobri como fazer e o que era necessário para diagramar.
Resolvi preparar todo miolo do meu livro, a capa e o marcador de maneira autônoma, no computador da minha casa, e foi o que fiz, posto que seria mais fácil pagar somente pela impressão. Esse foi um passo e tanto para decidir os rumos desta nova etapa. Todo este processo durou cerca de 5 meses, desde o processo de seleção das poesias até o início e finalização da diagramação, e até encontrar uma gráfica boa e acessível. Com muito esforço, dedicação e pesquisa, meu segundo livro “Meu Botão de Azaleia” nasceu. Não foi tarefa muito fácil conceber, vender e divulgar de forma independente e sem ajuda profissional e assessoria adequada, as dificuldades eram muitas, mas valeu a pena, afinal, o sonho havia se realizado novamente. Ao todo, foram 150 cópias feitas entre primeira e segunda edições. A partir daí, vi no trabalho de diagramação uma forma de obter renda extra, busquei aprender mais sobre e me aperfeiçoar no ramo, e posteriormente contatei inúmeras editoras em busca de oportunidade.
Em 2020 conheci e me afiliei ao projeto “Transvê Poesias”, que é um idealizado pelo capixaba Anderson Valfré. O projeto consiste em distribuir poemas em garrafas long neck, embrulhadas com jornal e os versos dos poetas que enviam são colados nela. O projeto além de distribuir e levar poesia ao público, ainda tem importante caráter ambiental, uma vez que promove a reciclagem. Ano passado fui vencedor do prêmio da Academia de Letras de Ouro Branco (ACLOB) na categoria prosas com meu texto “Filosofias de Mãe”. Essas pequenas conquistas me deixam muito feliz, pois estou sempre buscando formas e oportunidades de conseguir levar minha arte aonde for possível: em jornais impressos das cidades vizinhas, por meio da divulgação em blogs, sites, revistas, enfim, estou sempre a mandar emails e mensagens para gráficas, agentes literários, editoras, agências literárias, etc., em busca de apoio e parcerias. Certa vez imprimi diversos poemas e colei pela cidade em postes, cestos de lixo, paredes de escolas, muros de igrejas, etc. Em 2018 (antes do primeiro livro), confeccionei meus próprios livretos, estilos de cordel, costurados e distribuídos manualmente e andei toda cidade, vendendo, distribuindo e divulgando minhas redes e meu trabalho.
Meus poemas e pensamentos podem ser encontrados nas edições semanais do Jornal Panfletu’s da cidade de Mariana desde o ano de 2018, (quando me mudei para lá em busca de emprego e novas oportunidades, feito este que fora interrompido pela pandemia) e no Folha de Porto Firme cujas edições são mensais, desde meados de 2020. Os jornais foram uma forma muito valiosa de divulgação. Sou muito grato por isso. Esta é uma brevíssima descrição da minha história. Tem ainda muito que não pôde ser dito e contado, dado a extensão e o limite do tempo. São quase dez anos (se completarão dez dia 26 de março).
Poeta Júnio Liberato 