Aquele que tem teto de vidro
Vê a chuva, contempla o sol
Porém, se porventura,
Vier granizo ou canivete,
Perde o abrigo e a postura
Cai logo a pose que o enobrece;
Quiçá fosse vidro blindado
Este espesso teto a lhe cobrir
Ou fosse um vitral fumê
Na intenção de persuadir
Não ameaçaria o seu posto
De falso moralista a inquirir;
Outrora fosse ele ofuscado
Esta lâmina tão transparente
Não haveria em espanto lá fora
Tão vasta plateia insistente
Querendo assistir a queda
Deste telhado tão irreverente.
por Júnio Liberato
Deixe um comentário