É como se, por um instante
Todo mérito fosse despejado
Como um generoso aglomerado
De cartas na caixa do correio,
Ou, em seu colo como uma mala
Um fardo há muito guardado
Cuja alça dum punho fechado
Finalmente se desprendeu,
E como recompensa por tudo
Cada pingo de suor tão gélido
Converte-se em saldo de crédito
Do trabalho traduzido em número.
Chega ao fim a anedota,
O carimbo beija a carteira;
E para o abraço, há fronteira:
Tênue linha: obedecer e mandar.
O acerto de contas é breve
Posto que a fila precisa andar
Já que o mundo se põe a girar
E como dizem “tempo é dinheiro”.
por Júnio Liberato
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