A chama pálida de uma vela comum
Várias nuances disformes apresenta,
Oscilante ao comando da física e do vento
Por misericórdia do curto pavio se sustenta,
E revela ainda que sob a intensidade das leis
O mais fraco, de todos, jamais se sustenta.
Na chama melancólica de uma vela
Implicitamente uma alusão ao tempo;
No ato instantâneo do fogo ardente
Da cera tão submissa abaixo se derretendo
Bem como os dias escassos de uma vida
De tão corridos (a galope) vão se encolhendo.
E o fim astuto, faz-se logo presente
Como em tudo que a mão do tempo toca;
O fim sempre estranho, ileso culmina
Em desesperos que surgem incalculados
As incertezas ocultas do escuro emergidas
Que tem por fim toda confiança minado
São um trem passageiro que em seu percurso
Suicidas em desespero completo tem degolado.
por Júnio Liberato
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