Texturas e vestidos enfeitam meus olhos
Quando tomam forma pelas curvas do teu corpo;
O busto esbelto movendo-se em graça
De minhas retinas tornou-se o escopo.
O longo vestido de tom esverdeado
Molda teu corpo de forma tão fiel
Assim como os macios favos de cera
Envolvem suave o mais tenro mel.
Despindo em pensamentos sua tez
Observo em silêncio tão meigo semblante
Tendo por dentro a cobiça audaz
De moldar em meu abraço teu contorno elegante,
Mesmo sendo tão justo este tecido
Injusta é a forma com que se despe após
Tirando o vestido que ainda em teu calor
Exala o perfume que me visita a sós,
Então rememoro em êxtase tal cena
A pensar em suas curvas envoltas
Pelo vestido que penduras agora
Num cabide qualquer no guarda-roupas,
Azar o dele não poder mais vestir este corpo,
Nem poder ser de tua pele, íntimo amigo,
E não ficar no cabide ao escuro guardado,
Sendo nada mais do que apenas verde tecido.
por Júnio Liberato
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