Singular

Neste frio agourento de maio invernal
Sou mais um homem imberbe de meias
Mas não assim, de meias palavras,
Porquanto sou de convicções inteiras
Meios termos não definem os tratos,
Pois fiquem as meias nos pés e não nas cabeceiras.

Não sou um tal tipo, invencível homem de ferro
Nem meu coração é de aço composto,
Sou sujeito simples, cidadão pacato
No singular silêncio de um porto
Que pelo agasalho dos teus lisos braços
Escoa as lágrimas brotadas no rosto.

Sim, sou singular. Ser plural é besteira,
O que não compreende quem assim espera
É que é apenas mais um que anseia
Ter o mundo ilusório sob seus pés como esfera,
Enquanto se desabam os pilares sagrados
O sustento imolado da moral verdadeira.

por Júnio Liberato

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