O amor não quer mais dar as caras,
Nem ao menos espiar pela janela lateral
Evitando apreciar o clima de deboche
Que pelos becos se torna rotina matinal.
Mesmo assim há uma insistência covarde
Nos corações partidos cobertos por teias
Tal como aqueles telhados abandonados
Cheios de colônias de aranha pelas cumeeiras.
E dou de costas com o virgem reboco,
Tateando a parede pra ser guiado
Tendo por debaixo dos pés um tapete
Escorregadio de musgo esverdeado,
Lamento a franqueza, mas não me aguento
Quanto a este musgo camurça que me enoja
Viajando sem rumo, perdido no tempo
Com traumas vividos dos tombos lá fora.
E esse espesso tapete no qual piso
São ladrilhos pequenos tomados por mofo
Cacos perdidos dos corações magoados
Em fontes de amor que jorraram para o lodo.
por Júnio Liberato
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