Vacina

Amo de fato, e com delírios que acredito
Ardendo em quarenta graus de febre, suando
Tomando canja numa tigela de porcelana
De colherada em colherada, a reclamar do frio,

Às vezes julgo até ser um bem necessário
Fazer um bom chá com as ervas da horta
Para ver se enfim me livro da saudade
Que no mais é a única coisa que incomoda,

Mas no mundo não há pico algum que me cure,
Nem breve agulhada que desencadeie
Uma reação qualquer que anule
Este calor passional que me incendeia,

Não há reações que se sucedam após,
Aliviando assim meus mais íntimos delírios
Fazendo do meu corpo cobaia de placebos
Anticorpos eficazes contra amores proibidos.

por Júnio Liberato

3 comentários em “Vacina

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