Não posso negar a minha tamanha indignação
Com esta mania nova que assim foi batizada
De um tal “pega mas não se apega”
Atirando corações aos montes pela privada.
Um deles com certeza foi o meu,
Com isso, cansei de ser o seu palhaço particular,
O cego voluntário que se prosta ante o seu ego,
Pois nem na mais clandestina das carpintarias vai achar
Madeira macia que a dureza de um prego pôde aturar;
Fui um destes graves feridos, confesso,
Não há para mim neste pódio sequer um lugar
Pois tal amor não foi mais que um engano terrível
E um sentimento qualquer que não seja espontâneo
É mais desejável ter uma unha encravada no mindinho.
Infelizmente, minhas unhas vão bem, no entanto
Muito cuidado com as armadilhas ocultas do coração,
Vale lembrar que ele não faz o uso de raciocínio
E quando cisma ter razão sem que de fato o tenha
Se apaixona, perde a senha e vira seu pior arque inimigo.
por Júnio Liberato
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