Há um mundo tão sofrido através daquela vão
Existente entre a sola e o salto do sapato
Que acoberta um quarto e madrugadas de solidão
E dias de tristeza completos no anonimato.
Os óculos escuros escondem os olhos
E de preto sigo a missão confiada
Com o terno escondendo as dores
Sendo enforcado pelo nó da gravata
Sem poder pedir por socorro
Tive a minha identidade apagada.
Zelo tanto pelas emoções alheias,
Como um espesso escudo blindado,
Salvo a terra todos os dias
Defendo por aí tantos contatos,
Usando o mundo alienígena
Como um refúgio do mundo terráqueo.
Tenho a patente mais alta que o salto
No entanto ela não reflete a luz solar
Somente quando choro às escondidas
É que ela eventualmente vem a se molhar.
Sou apenas um homem de preto,
Que grita sem fazer muito barulho
E como muitos ando cansado
De gritar sem nenhum resultado
Para uma multidão de surdos.
por Júnio Liberato
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