Ancorei à beira mar,
Às margens da bela ilha;
Com o pano da vela fiz uma rede
Da fivela do cinto uma presilha,
Ao convés estirei minhas inseguranças
Na proa, ao sol encontrei-te linda
Com a meiguice de sempre no rosto
Contrastando com tais maravilhas,
És o meu amuleto ao velejar,
Sem tirar ao menos uma vírgula.
Fui marujo como poucos o foram,
Velejei por mares indiferentes
Desbravei os oceanos do norte,
O turbilhão náutico da tua mente.
Com minha nau totalmente à deriva
Em teu peito icei o meu mastro valente
Astrolábio alinhado em teus olhos
Atento a todos os teus rastros incandescentes.
Numa maré de tropicais delícias,
Sedento ao sol da tua companhia
Sob o céu, tela esplendorosa
Ao som da voz, da maresia
De tua boca que além de entoar,
Com sorrisos mornos me contagia,
Ouvi melodiosos versos, encantos
Naufraguei-me em pura poesia,
Saliva-me juntamente à água do mar,
Envolvendo-me o todo em tua brisa.
por Júnio Liberato
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