O meu banquete é a solidão,
Refletida nas bordas da minha íris;
Ora pois, atravesso um misto variado
De arrepios inóspitos em meio à crises,
Perdendo o contorno e a forma no inverno
Como bulbo frágil de uma perfumada amarílis.
Sou agricultor de tantos sonhos perdidos
E de emoções desnudas já fui semeador
Porém, já nem sei mais o que devo plantar,
Meu peito estagnou-se na âncora da dor
Tão verde já não é mais o meu polegar,
Cada botão tido em meu jardim murchou.
Deserto de pétalas avisto da varanda
Os destroços coloridos de uma borboleta;
Restos mortais de uma pequena vida
Içados no bulbo murchado da violeta,
O amor é mesmo uma flor bela e rara,
Cujas sementes são lançadas na sarjeta.
por Júnio Liberato
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