Estória De Pescador

Quando paro e olho em teus olhos,
Sinto no rosto a morna maresia,
Corando-o com partículas de areia
Que pegam carona no soprar da brisa.
Me vejo diante a dois oceanos,
Azuis, tais como o próprio céu,
Diretamente a me fitar de volta,

No entanto uma linha tênue
Entre nós há se firmando
Impedindo o encontro pleno
De dois elementos se encontrando
Bem como as águas do Pacífico
Se divisando com as do Atlântico,

Ainda assim ressurgiu em mim
Aquele espírito já adormecido
De um capitão que jamais existiu
Mas de um marujo bem atrevido
Que certa vez lançou-se só,
Nas profundezas do mar infindo

Despido de seus temores,
Convicto do sucesso e decidido
Pois aquele que ama sabe,
A necessidade de se desafiar o perigo.

Eis que no arcabouço do meu peito
O coração navega em ansiedade
Anseia por um encontro, enfim,
Algo transcendente à realidade
Talvez, seja estória de pescador,
Sonho impossível; delírio, miragem
No entanto, este é o meu mundo
E mesmo que pesadelos forcem passagem
Não recuo um centímetro sequer,
É aqui onde crio a minha felicidade.

por Júnio Liberato

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