A paixão é um excesso,
De todos os males
O mais pobre,
Nojento pocesso.
Pobre infeliz,
Que nesta paixão
Não se (re)descobriu
E os defeitos do outro
Com a peneira encobriu.
A paixão corrói o átrio
No poço clemente e vil,
Na liquidez do ácido
Da química deste engano
Amor pungente, volátil,
Que entope o ventrículo
Caudando assim infarto.
Um frio copo de leite
Pelos seus pensamentos
Um copo d’água gelada,
Em seus consentimentos;
Pobre infeliz da gente,
Se desmanchando a tal maneira
Se desgastando profundo
Em prol de qualquer asneira;
Não se envolva antes de ver
Ou enxergar a receita,
Que completa(mente) cego,
Erra no tamanho da letra.
Infelizmente! Eis o réu;
Infeliz também mente?
Mentira! Infeliz. Cruel
Qual a sua vertente?
Infeliz do povo algemado
Infelizes neste escarcéu;
Infeliz do escravo gerente
De um garrancho no papel,
Daquele que doentemente
No coxo do capital
Toma a vaga da gente,
Do infeliz da esquina,
Do negro, do branco,
Do pobre e do servente,
Como é infeliz, como é infiel.
Afinal; infeliz também mente?
E se mente, então não vai pro céu.
por Júnio Liberato
Deixe um comentário