Eis que a força do acaso,
Trouxe-me motivos pra chorar,
E afim de não enlouquecer de vez
Farei meu próprio arco íris,
E que se dane todo o resto.
Custe o que custar.
Preciso de sol e de um quintal
Este será meu manifesto;
Cano inclinado, polegar oprimindo
Sete cores surgem a partir do reflexo
Das gotas d’água que jorram frias
Caindo sobre o chão circunflexo.
Não é de giz, nem de cera
Este chão é forrado de concreto,
Onde piso há um raso gramado
Donde faço o meu manifesto
Sob o solo, subsolo,
Raízes profundas prenetram
E o arco-íris enfeita o céu
Pois debaixo da terra
Não há pulsação ou progresso.
O acaso é mal, o amor homicida,
Farei meu próprio arco-íris
Enquanto o mundo todo me dribla.
O tesouro vira pó, o pó barro vira,
Sonhos virando fumaça,
Bem vindo ao inferno da vida.
O arco-íris enfeita o céu,
Pois na superfície da terra
A tristeza já virou rotina.
por Júnio Liberato
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