Uma cicatriz qualquer
Dura para vida toda.
E de fato, na juventude
Também se fere em espinhos de rosa;
A diferença peculiar
Dessa experiência dolorosa,
É que logo esvai-se a dor;
Crianças se machucam toda hora!
Uma cicatriz profunda e nova
Surge “em segredo” todos os dias.
Quiçá as flores mortas
Também perfumassem a vida;
A flor da idade murcha tão cedo,
Deixando amargos frutos desta investida
Pois num caixão imóvel se jogam as flores
Que não foram dadas na mobilidade da vida.
A todo instante botões e pétalas
Covardemente são arrancadas,
Não ensinam mais admirar as flores
Sem que seja preciso tocá-las,
Nem com elas presentear alguém
Sem que seja preciso podá-las.
Mas aquele que de fato ama as flores
Sentir-se-á muito feliz em cultivá-las.
por Júnio Liberato
Deixe um comentário