Jamais se abrirão novamente
As lustrosas e reluzentes janelas da alma
Transparentes, porém, quebradiças
Quando são covardemente alvejadas
Por aqueles que não sabem afagar
Já que apenas entendem sobre dar pedradas.
O valor inexiste sem que hajam as perdas
Todavia, sempre há um motivo para crer,
Mas, sem que haja antes sinceridade,
Um amor qualquer não poderá florescer
Pois, é sentimento que ocupa um espaço
Cujas dimensões não se pode prever.
Coração de terceiros é campo minado
Terra vasta, no entanto, desconhecida
Jardim de pseudo-flores, obscuro
Onde o suave perfume doce não habita
As borboletas são falsas e de plástico forjado
E a gente, nem por um segundo desconfia
Que a verdade é sempre traída e ocultada
Para em seu lugar ser aplaudida a mentira.
Um romance só pode ser claro se houver
A troca de olhares sem haver um desvio,
Se as retinas não se encontram fugazes
E entre elas pairar um vazio
Um imenso tonel de pólvora ressurge
E quem corre o risco é que acende o pavio.
por Júnio Liberato
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