Contemporaneidade

Amo muito, de fato, tudo aquilo que vejo,
Encanta-me a vida e toda sua suave doçura
Todavia por vezes cegados pelos mecanismos
Somos idólatras fiéis às nossas loucuras
Abominando o desconhecido, confesso
Não importando tampouco uma alma desnuda.
Anseios superficiais por prazer sem compor
Uma teia sincera de sentimentos profundos
Aos nossos olhos, desejamos apenas a beleza
A ternura carnal que deixa o olhos confusos.

As paisagens mais belas distorcidas foram
Os horizontes agora são turvos e singulares
O sentimento não é capaz de ir muito além
Do limitado campo de visão dos olhares.
O afeto bem pertinho dos bolsos gélidos
Distante do aconchego e calor do coração
A comodidade é o fator que aos poucos mata
Pois, quem faz o meliante, de fato é a ocasião.

Temo falecer sem testemunhar a face desnuda,
Suave e corada daquele semblante imaculado
Posto que o amor contemporâneo imbecil
Tornou-se um negócio sofrível e caro.
Amor moderno, ditadura do prazer carnal
De muitos toques pelo corpo é composto
Sensibilidade nas mãos mal intencionadas
Pontas dos dedos que se tocam sem gosto
O toque é físico e encendeia todo o resto
Sem que antes de tudo no coração seja posto.

por Júnio Liberato

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