Panhei um fusquinha ajeitado,
Que fazia cem por hora,
O bichin era arrumado,
Tinha infeite nas quatro roda,
E todo fim de semana eu ia quele pras festa afora.
Me custou mil e quinhens conto,
Paguei de oito prestação,
Inchi o tanque de gasolina,
Puxei o freio de mão,
É fui da umas vorta, né?
Por que ninguém é de ferro não.
Nas curva da istrada,
O danado quais me dava manta,
Ameaçava capota,
Quando eu acelerava fora da conta,
E quando eu chegava na cidade,
Era a alegria das criança.
Ele era charmosin,
Mesmo sendo setenta e seis,
Era um fusquinha véio,
Mais ainda tinha veiz,
Cabia nele cinco pessoa,
Mais nois punha mais de deiz.
Este é meu fusquinha quirido,
Que num vendo e nem troco pur nada,
Ele é meu tesouro, amigo,
Então tira o zói meu camarada,
Nois somo iguar unha e carne,
Dois parcero fiér da istrada.
por Júnio Liberato
Deixe um comentário