Andando pelas ruas,
Notei algo esquecido,
Eram orelhões:
Quebrados, danificados, destruídos!
As orelhas do orelhão,
Estão surdas, cheias de cera,
Viraram morada de aranhas,
Há um grande emaranhado de teias.
Eles estão abandonados,
Pelas esquinas, praças e ruas,
Muitos estão em perfeito estado,
Expostos ao sol e a chuva,
Grandes são as suas orelhas,
Mas eles já não ouvem mais voz alguma.
Isolados e esquecidos,
Eles ficam no dia a dia,
A modernidade chegou,
E eles já não mais se utiliza,
E ficam ali, calados,
Sem dar sequer um sinal de vida.
E como não observar,
Este elemento do meio urbano,
Que caiu no esquecimento,
No desuso e no abandono,
Já não fazem mais chamadas,
E se recebem, é muito raramente,
Só de vez em quando,
Sinto falta da época,
Em que na fila de um orelhão,
A gente ficava esperando,
E enquanto aguardava,
Ideias ficávamos trocando,
Porque hoje com o celular na mão,
Ninguém ao menos se quer,
Olha por onde está andando!
por Júnio Liberato
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