Quantas vezes banharam o meu rosto
Pequenas e suaves gotículas de orvalho
Pingadas do meu olhar cafona e florido
Colhedor do néctar mais raro
No jardim das esperanças mortas
Num sonho de amor sepultado.
Como sendo um intérprete da vida
Um talvez, em meio à tantas certezas
Sinto falta de algo em mim mesmo
E me vejo um réu sem direito a defesa
Ao despertar de manhã no vazio
Do meu quarto banhado em tristeza.
Não sinto o seu perfume no ar
E vejo na cômoda sua fotografia,
Sem seu olhar de mulher madura,
Tudo mais vai perdendo a alegria
Sem você aqui para me transbordar
Sou um romance cruel sem fantasia.
por Júnio Liberato
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