Avistei seu antigo retrato
Esquecido por sobre a estante
Observei os seus mínimos detalhes
Desejei mais uma vez seu semblante
Porém o porta retratos me recorda
O quão de mim está distante.
No papel sua delicada gravura
Não me satisfaz por inteiro
O seu olhar negro e sincero
Com sorriso de lábios vermelhos,
Vejo na sua ausência, o meu azar
Parece que quebrei milhões de espelhos.
Capturado há alguns anos atrás
Envolvido pela rústica moldura,
O retrato ali empoeirado
Me fez recordar sua doçura,
E que o tempo a levou de mim
Restando apenas saudade e amargura.
Sinto contrair bem forte o meu peito
Ao manusear tristonho a sua gravura
Pois queria sentir sua pele
Acariciá-la com grande loucura
Tendo entrelaçado em meus dedos
Os fios longos das madeixas suas.
por Júnio Liberato
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