a agonia humana,
os medos aflorarem
ecoando pelas paredes.
Assim, numa noite qualquer.
Os motéis, os cortiços, a ralé
a elite de nariz empinado
Agindo de má fé.
Vejo a flor nascendo,
Meio desbotada pelo ar poluído
e em meio ao caos, perece
Solitária, sem reagir.
Borboletas em pânico
Colibris depressivos
Pássaros voando
mas sem sentir o prazer da liberdade.
Ouço, clamar do alto dos prédios
nas favelas, o som do gueto
Em meio aos carros transitando
um mendigo vagar totalmente alheio.
Ouço, as panelas batendo
Vazias, enferrujadas.
Pessoas chorando,
nascendo e morrendo
Sinto a fumaça amarga corroendo
os pulmões dos fumantes,
Ouço o coração oculto no peito
triste batendo.
Vejo com lágrimas nos olhos
A linha tênue e frágil
da vida complicada
Onde ninguém sabe seu ponto exato
Como começa? Como acaba?
Viver é uma experiência
que não é cem por cento exata.
por Júnio Liberato
Deixe um comentário