Viver é uma ciência, pois, são inúmeros os conhecimentos que adquirimos de forma prática e experimental durante a sua duração, mesmo que esta, seja de curto prazo. A propósito, em se tratando de conhecimento, o que importa não é o tempo e sim, como se aplica e se absorve o mesmo, já que se pode aprender algo a qualquer momento e lugar. Primeiro, adquirimos o saber popular, posteriormente, ao adentrar na vida acadêmica, adquirimos o saber científico que, de nada vale se não for praticado e devidamente aplicado. Todos nós somos cientistas em busca da nossa essência enquanto ser humano, em busca também, das nossas vontades, desejos e sonhos. Somos todos cientistas a partir do momento que saímos do ventre materno e adentramos na esfera social, tendo como primeiro desafio aprender a lhe dar com o mundo externo onde, feras e perigos aos montes nos rodeiam, eis aqui a primeira necessidade aparente: a adaptação.
As dimensões do homem são muito amplas e misteriosas como por exemplo, o sentido da vida que é o assunto principal deste texto e uma abordagem bastante polêmica que intriga e tira muitos pensadores e pessoas de sua zona de conforto, pela complexidade e incerteza que apresenta, onde, as respostas são muito difíceis de se obter e provar. Tendo como base principal alguns elementos comuns do nosso cotidiano que nos levam a refletir sobre esta questão tão rixosa, podemos elaborar e levantar algumas hipóteses acerca do assunto, levando em consideração outras dúvidas específicas abordadas por nós em um determinado período da vida quanto a essa abordagem. Não sou eu, um expert em determinados assuntos, talvez, quase nenhum deles para ser bem claro, mas, posso declarar com ampla certeza que viver é muito mais do que aquilo que nos foi ensinado e fixado na memória desde o berço: crescer, estudar, trabalhar e por fim, morrer, depois de ter feito tudo que deveria ter sido feito. Enfim, pode até ser que a vida em alguns momentos admita estas tarefas repetitivas e entediantes porém, essas coisas me parecem rasas demais para se manterem como base de vida por si só durante toda sua extensão e se encaixarem fazendo amplo sentido numa existência tão profunda e vasta, repleta de oportunidades, contida num universo infindo, como a vida bem é. Chegou a hora de abandonar os velhos clichês e falácias e buscar realmente o sentido da nossa vida.
Perder madrugadas de sono é algo que faz parte da rotina de várias pessoas ao redor do globo. A medicina pode sim resolver boa parte de seus problemas e romper com muitos obstáculos psíquicos, mas, não todos. Algumas coisas vão exigir que você saia das suas zonas de estagnação e se mexa! A felicidade é uma dádiva especial a qual se deve traçar um caminho para ir de encontro a ela, ao passo que estar sempre de bem com a vida é um método utópico de tentativa e erro, neste caso, impossível de se alcançar, algo que exigirá muito de você e lhe trará pouquíssimo retorno. Creio eu que, pensar demais em determinadas coisas e causas é apertar o gatilho que ativa e prolonga o seu estresse e sua ansiedade. Logo, aquela velha frase clichê de que devemos “refrescar a cabeça” ou, “acalmar os ânimos”, funcionaria muito melhor se fosse possível, dentro desta realidade que vivemos, pegar tudo que está nos magoando ou incomodando e guardar numa caixa velha e surrada num canto qualquer da casa, para que tais mazelas nunca mais voltem a lhe atordoar. Bem, como todos nós sabemos, isso não é possível e nem tampouco faz parte desta realidade ao qual fomos concebidos. Justamente por demandar tamanho esforço e equilíbrio de nossas partes que a vida tem, acima de tudo, um caráter amadurecedor e preparador no qual nós vamos sendo moldados, mudados e induzidos a agir e a pensar de um determinado modo, baseado nestas experiências sejam elas doces ou amargas, traumatizantes ou emocionantes, não há como escapar das ciladas da vida, portanto, saiba driblar a sua emoção para que ela não seja a causa de sua ruína, mas sim, seja ela a “mola” propulsora que lhe fará alçar voos mais amplos e altos. Resumidamente, podemos chamar tudo isso de adaptação. Ao invés de ficar se desmanchando em lágrimas e remoendo sofrimentos, que tal tentar de uma outra forma ou então, inventar o seu próprio modo de viver? Acho que está mais do que na hora, frente a tudo que essa contemporaneidade nos proporciona, de buscarmos retomar àquela tranquilidade e eficiência que antigamente muito se via e encontrava por aí em qualquer esquina, estampada no rosto de qualquer pessoa, sinto falta daqueles antigos valores de outrora que foram um a um consumidos pelo advento da modernidade e seu turbilhão de coisas negativas. E por isso, pode ser este um dos sentidos da vida, buscar resgatar não apenas por meio de memórias, mas também por meio de ações, buscar resgatar valores, coisas e até sentimentos que foram se perdendo. É verdade que tudo se transforma, mas, não é preciso que algumas coisas se percam totalmente no tempo ou sejam extintas para sempre, seria como retirar uma engrenagem de uma máquina qualquer, fazendo com que ela passe a ser defeituosa. É o que ocorre nas sociedades e civilizações enquanto o tempo vai agindo sobre elas e nelas: desregula uma a uma.
Qual é a sua identidade? Se você está buscando por um futuro que lhe proponha uma boa condição de vida, seja ela financeira ou profissional, sugiro que comece por construir e organizar a sua filosofia de vida. A vida é uma filosofia, enquanto você busca respostas para questões variadas e a chave para solução de problemas. A questão existencial está inserida no contexto de vida como um todo e a todo instante alguém se pergunta em algum lugar: por que e para que existir? Seja mais profundo, mergulhe em si mesmo buscando nas suas raízes o que realmente lhe faz completo e lhe motiva, não fique parado na mesmice e na falta de criatividade que assola o planeta, não seja mais um igual aos outros e sim, um a mais que fez a diferença. Talvez, nesta gama de possibilidades que compõe esta questão de qual pode ser o sentido da vida, este seja mais um: buscar melhorar a si mesmo tomando como base algo já existente, mas, que pode ser aperfeiçoado ou que ramificações possam surgir a partir deles, já que foi dito anteriormente que há sempre algo novo a ser acrescentado ao existente. Melhorar é algo que realmente faz sentido na vida, porém, nem todos estão dispostos a isso. Tudo que você pratica volta contra você, só não me pergunte porque ou o que é, se por uma lei de magnitude universal ou, algo do tipo, não sei, e prefiro não ter ciência disso, pois creio que há coisas que devem permanecer em mistério, segredados, para o nosso bem estar mental.
Composta basicamente de avanços e retrocessos, a vida revela-se muitas vezes perturbadora para aqueles que se arriscam e buscam prazeres ou emoções de origem duvidosa, que trazem consequências negativas das quais, muitas vezes eles tem plena ciência, mas, mesmo assim teimam em se arriscar como quem pula de um penhasco ou avião sem as devidas medidas de segurança, ou paraquedas em mãos. Por que somos tão teimosos a ponto de na maior parte das vezes arriscar as nossas vidas fazendo mal uso de nosso livre arbítrio guiados por uma emoção momentânea? É a resposta para esta pergunta, a chave para decifrar e dar fim a muitos sofrimentos humanos ocasionados pelo nosso temperamento egoísta e prepotente. Se a vida viesse com um manual integrado à ela seria fácil demais saber quando, onde estar e pisar, por onde se inclinar e qual o momento correto de retroceder, já que retrocessos, como mencionado anteriormente, são um dos elementos que compõem o fenômeno chamado vida. Precisamos nos machucar e sofrer, pois, para aprender é necessário errar, e isso todos nós sabemos, mas, se formos buscar mais a fundo o significado destas definições e testes que devemos estar sujeitos, veremos que há realmente um propósito escrito em algum lugar ou espécie de livro do destino (para aqueles que creem), para explicar as razões de milhares de acontecimentos que ao nosso ver, são dolorosos demais para serem compreendidas até então. Por outro lado, se pensarmos que avançar sempre é o melhor a se fazer, vamos chegar a uma conclusão bastante óbvia a partir do momento que nos depararmos com as consequências destes atos levados adiante, afinal de contas, o medo pode ser um fator que nos impede de avançar e nos prejudica de certa forma, nem sempre sentir medo significa que você deve realmente retroceder ao invés de prosseguir e, deste modo, você entenderá que ter em suas mãos uma decisão que demanda pensamento rápido, logico e sucinto, nem sempre é tarefa fácil e, mais uma vez o sentido de tudo permeia nossos pensamentos nos fazendo pensar o porquê de tudo não ser mais simples do que realmente é. Talvez, você complique tudo, afinal, somos teimosos demais não é mesmo? Amadurecer quando o assunto em questão é a vida, é mais do que importante, por que é ele quem nos traz, de certo modo à luz da razão, o melhor a ser feito.
Pode ser que, o sentido da vida como muitas religiões apontam e como o próprio Sócrates mencionou seja: “conhece-te a ti mesmo”. Parece uma tarefa difícil também não é mesmo? Mas, a verdade é que a cada dia é isso que fazemos ou, pelo menos deveríamos buscar fazer de alguma forma, nos conhecer! Seja num livro que se lê buscando agregar conhecimentos, seja nos seus estudos individuais ou vida familiar e afetiva, todos buscando o melhor de si, a melhor jogada, a melhor escolha. Se todos buscassem se compreenderem entre si, as relações se tornariam um pouco melhor, ao passo que precisamos evoluir ainda e muito como sociedade e, principalmente como membros que a compõem, lembrando mais uma vez que o tempo age sobre as coisas, pessoas e sociedades, não é possível se congelar no tempo e nem se consolidar no espaço, temos um tempo estabelecido aqui e que corre sem parar, o relógio da vida é ainda mais rápido que aquele relógio de parede velho e surrado que está na casa da sua vovó. O cotidiano estressante, a correria e todas as funções que precisamos administrar no dia a dia e as vezes não conseguimos engolem a nossa noção de tempo que, parece passar mais e mais rápido. Ele passará de qualquer forma, só que se você relaxar demais, tudo não terá valido a pena e será tarde demais para recuperá-lo, se você correr demais contra o tempo, estará sobrecarregando seu físico e psicológico, porque não fomos feitos para desafiar o tempo, fomos criados para conviver em harmonia com ele então, busque o meio termo das coisas que você estará a salvo, pelo menos por enquanto, de problemas com a ansiedade, embora, nos tempos atuais isso seja quase impossível.
Reclamar pode ser a pedra no sapato e a solução, agulha minúscula perdida em meio a este palheiro de dificuldades que criamos enquanto passamos por cima das regras e nos debruçamos por sobre os problemas que vamos acumulando, até que como uma barragem de rejeitos, a barreira estoura e assim então, ficamos literalmente na lama emocional que nós mesmo causamos. Muitos males que nos atingem são procurados por nós mesmos sendo que é imprescindível saber criar um manual de instruções para viver melhor e de bem com a sua psique o tempo todo. Viver é uma ocupação extensa demais para se pensar no antes e depois dela. Quem sabe não seja este o sentido da vida? Conceituada como sendo uma passagem sem sentido algum antes e depois de sua existência? E pode ser que o seu sentido, simplesmente seja não buscar definição alguma em nada que não seja de nossa alçada, apenas viver cada segundo que lhe é debitado diretamente de sua vida a cada volta fervorosa dos ponteiros. Todavia, não buscar sentido em algumas coisas, significa, especialmente no nosso caso, não questionar a existência de forma exaustiva, buscando seu significado a qualquer custo, passando a se mutilar e se entristecer profundamente com o que não está ao seu alcance. Aquilo que não lhe enaltece não pode lhe diminuir, deixar com que a natureza faça seu papel e o seu ciclo é fundamental para se viver bem, portanto, não se ocupe com aquilo que é inevitável e foge ao nosso controle, não se pode mexer no tempo a fim de regulá-lo de acordo com suas necessidades e vontades, para isso que a adaptação é essencial à nossa sobrevivência e permanência e bem estar mental.
Não é possível alterar os sentidos da vida como se atrasa ou adianta um relógio de pulso qualquer, nem alterar a ordem natural das coisas como se faz com uma porção de números numa prancheta ou tabela ou ainda, um monte de pecinhas de um xadrez no tabuleiro, a morte sempre virá para todos e é preciso saber aproveitar o tempo entre o agora e o momento final. Você nunca será capaz de dar finalidade a um capítulo ou assunto qualquer que sejam eles, pois, as ideias sempre se reinventam, os tempos mudam, as sociedades se modificam, se reconstroem, e os pensamentos se renovam, automaticamente a vida vai lapidando e se consolidando no tempo e no espaço, de tal modo que cada geração experimenta uma nova vivencia com base no que a outra deixou e passa a dar continuidade a isso. Sempre haverá alguém que vai aperfeiçoar e dar novo sentido a algo feito e idealizado por você, isso é inevitável e faz parte da história. Enquanto você lê esta passagem do texto, segundos a menos foram cobrados do seu tempo. Você pode retardar muitas mazelas da sua vida porém, não pode mudar o imutável e, acho que isso é algo que já está claro para todos. Então, por que ainda assim ocupamos nossa mente com estas questões que fogem ao nosso controle? Será que a realidade é vaga e vazia demais para que percamos nosso precioso tempo nos ocupando com coisas que já temos certeza que não podem ser alteradas? Infelizmente, manter-se sempre calmo frente à brevidade da vida é algo realmente desafiador, todos têm algum problema num determinado ponto que, com toda certeza vai lhe abalar profundamente: as percas, os prejuízos, as decepções. Tudo tem seu tempo, entretanto, há momentos em que tudo parece vir de uma só vez como uma violenta avalanche de neve nos Alpes suíços, devorando quem quer que seja e esteja pela frente. É preciso estar preparado para eventuais desequilíbrios que na vida, são inevitáveis seja lá qual for o seu sentido.
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