Desde quando no palco sujo e largo da vida eu entrei,
Sempre me fiz batalhador, esforçando-me além do máximo.
Nunca me dei por vencido, nunca pensei nesta possibilidade.
Todos os dias punha em prática os valores mais raros,
Que desde o berço trago comigo.
Sempre optei pela humildade como forma de vida,
Mas, quando era preciso, mostrava minhas garras,
Revelava meu lado orgulhoso, amargo…
E meu ego, vestido a caráter,
Se apresentava sem cerimônias,
Saindo em defesa à minha integridade moral.
De súbito, às vezes queria improvisar no vocábulo,
Sonhando em ser único, endêmico…
Deixava de lado a serenidade do existir,
Permitindo que a loucura, por alguns instantes me guiasse.
Numa sociedade de valores rasos e superficiais,
Sem tantas opções de escolha eu me via,
Me sentia tão excluído e enjaulado.
Não me encaixava nos padrões obsoletos da modernidade,
Nem cabia nos estreitos caminhos esburacados
Do culto às coisas, que na verdade nada mais eram e são:
Que profundamente inúteis e banais.
por Júnio Liberato
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