Olhar para trás, é uma forma de se enxergar.
Pelo menos pra mim…
O passado não condena, não acusa
Apenas lhe guia. É uma espécie de mapa, um manual
Para que você aprenda com seus próprios erros.
Quando lembro-me do passado
Vejo uma parte de mim que já não mais existe,
Sinto que me perdi de certa forma,
Uma percentagem de mim se transformou com o tempo
Se consolidou no espaço
Já outra sumiu, desapareceu por completo
As que sobraram, sofreram metamorfose
à base de muitas pancadas foram surgindo.
A vida me deixou marcado
Com hematomas profundos e feridas marcantes
Meu caráter pouco a pouco foi sendo moldado
De tal forma que me tornei o que sou hoje.
Por isso, sempre que olho para o meu passado
Volto-me para um pensamento importante:
Aquele foi um Eu que eu já não quero mais ser…
Cacos do meu passado quebrado.
Ligado a um coração que foi brutalmente partido
Por isso, lembro do meu passado
Colocando-o num pedestal,
numa moldura imaginária em minha mente
Para quando eu olhar para ele
Lembrar de um Eu, com o qual muito eu aprendi,
porém, que já não quero mais ser.
por Júnio Liberato
Poeta Júnio Liberato 
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