Me sinto preso aos ponteiros;
Os ponteiros do relógio meu
Encarcerado dentro de uma ampulheta
Na qual o tempo já se excedeu.
Quem é o dono do tempo?
Será que ele tem dono?
Quem dera eu pudesse ganhar mais tempo
Alterar o meridiano,
Três fusos horários a oeste
E assim, as horas atrasando,
Tudo que eu sinto é fugaz
É um evento breve, passageiro
O flash da câmera é momentâneo
Pisca, e logo nada mais vejo,
Coisas que duram milésimos de segundo
Duram menos até, do que dura um desejo.
Ligeiro tempo passageiro
Que me transposta no trem dessa vida
Aqui já comprei a minha passagem
E convém lembrar que ela é só de ida,
Todavia, voltar não posso mais
As bagagens que deixei lá atrás
Não posso voltar para buscá-las um dia.
por Júnio Liberato
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